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A corrida eleitoral de 2006 é a mais fria e desanimada já assistida pelo Brasil segundo pesquisa do Ibope encomendada pela revista Veja. O envolvimento de parlamentares nos escândalos do mensalão e das sanguessugas, o favoritismo de candidatos a reeleição aos governos dos estados e a presidência da república, além da proibição de propaganda política em outdoors e distribuição de brindes por parte dos candidatos são fatores que contribuem para que a atual campanha seja a mais fraca dos últimos anos.

Outro aspecto que chama a atenção nessa eleição é o que parece ser o fim dos comícios. Eles que já foram o principal meio de comunicação entre o candidato e o eleitor e chegaram a reunir multidões desde o seu surgimento na década de 40, parecem não despertar mais tanto interesse numa época em que a televisão se porta como a grande vitrine dos partidos políticos.

De acordo com reportagem publicada pela Revista Veja em 30 de agosto, desde o início da campanha os dois principais presidenciáveis, Geraldo Alckimin (PSDB-SP) e Luis Inácio Lula da Silva (PT-SP) "realizaram apenas 22 commícios, número inexpressivo se comparado ao registrado em campanhas anteriores, em que os candidatos faziam até mais de uma por dia".

Ainda segundo Veja, o sucesso dos comícios nos últimos 20 anos deveu-se muito a presença de artistas e celebridades. Eram os chamados showmícios, que esse ano foram proibidos pela nova lei eleitoral. "Está claro que as pessoas iam aos comícios para ver artistas, e não para ouvir os candidatos", afirmou à revista o cientista político Octaciano Nogueira, da Universidade de Brasília (UNB).

Sem a presença de artistas e distantes de um certo "glamour" apresentado em eleições anteriores, onde as pessoas iam às ruas com bandeiras, camisas etc torcer por seus candidatos, os comícios parecem mesmo estar com os dias contados.

Pedro Valentim

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